19/07/2011
Dólar permanecerá forte nos próximos anos

Há muitos anos, o dólar americano tem firmado uma posição estável e estratégica no mundo dos negócios. Desde sua predominância sobre a libra esterlina, no final do século 19 e início do século 20, a maioria das relações de comércio internacionais é feita com base no dólar. Neste período, a soberania da moeda deu aos Estados Unidos um grande poder econômico, sendo hoje considerado o grande centro do mundo e do capitalismo global.

No entanto, nos últimos anos, o status dominante do país tem caído, especialmente depois da crise pela qual passou em 2008 e 2009. Para Geraldo Biasoto Junior, presidente da Fundação do Desenvolvimento Administrativo (FUNDAP) e professor de economia na Unicamp, no decorrer dos últimos vinte anos a supremacia da moeda foi questionada em todo o mundo. "O dólar passou por dois momentos mais críticos. O primeiro, causado pela influência do yen, moeda do Japão, e depois pela estabilização do euro", conta.

O professor explica que, mesmo assim, a moeda japonesa não foi uma boa opção para substituir o dólar, especialmente porque o yen não era forte do ponto de vista comercial. O euro, do mesmo modo, foi deixado de lado. Para Biasoto Junior, quando se montou a estratégia de consolidação monetária da zona do euro, a moeda parecia ser uma alternativa viável frente ao dólar, mas este cenário não permaneceu positivo por muito tempo. "Hoje, a própria crise mais recente do continente inviabiliza a transição das moedas, especialmente porque a Europa não mostra posição dominante nas relações de comércio internacional", explica.

De acordo com Jorge Knauer, diretor de tesouraria do banco Prosper, este cenário economicamente desfavorável à Europa causará efeitos não só nos países afetados, mas em todo o mundo. "Invariavelmente, as pessoas poderão sentir impactos no seu dia a dia, especialmente porque, tanto o dólar quanto o euro tendem a enfraquecer frente às outras moedas mundiais", explica.

Biasoto Junior acredita, porém, que há uma alternativa para diminuir a dominância do dólar e que ela é a moeda da China, o yuan. "A China está se preparando para ocupar o lugar do dólar enquanto moeda de transações comerciais. Não será fácil, mas o país já está agindo para ter sucesso nesta transição", comenta.

Permanência do dólar

No século 19, mesmo com os Estados Unidos mostrando que eram uma potência influente no mundo, o Reino Unido permanecia com a libra esterlina dominando as transações comerciais. "O que se pode ver com isso, é que existe uma inércia dos mercados e países em manter a moeda predominante por mais tempo, como é o caso do dólar e foi o caso da libra no passado", explica Biasoto Junior.

Por isso, o professor acredita que o dólar continuará sendo a moeda mais utilizada no mundo por, no mínimo, 15 ou 20 anos. "Durante este período, há possibilidades de o yuan se estabelecer, bem como o euro aumentar as chances de substituir o dólar, mas isso só aconteceria futuramente", esclarece. Knauer completa que a relação entre o dólar e o yuan é muito estreita, pois há muita troca de ativos entre os países emissores. "A diferença é que o dólar americano tem maior conversibilidade, o que não acontece com o yuan, que tem câmbio fixo", explica.

O presidente da FUNDAP ressalta que a China está se inserindo de maneira mais incisiva no mundo comercial e industrial, mas, por outro lado, ainda está ligada aos Estados Unidos, uma vez que possui reservas em dólar. "Por conta disso, o processo de transição, se de fato ocorrer, não deve ser traumático ou abrupto. Tudo tende a ser feito de maneira branda e progressiva", conclui.
 

Ógui
Especial para o Terra

Fonte: Terra 
http://operacoescambiais.terra.com.br/noticias/pessoa-fisica-3/dolar-permanecera-forte-nos-proximos-anos-114

 
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