08/02/2012
Preço de commodities beneficia exportações

Apesar da crise, o Brasil conseguiu expandir as exportações para a Europa em 2011. As vendas de commodities brasileiras superaram os números de 2010, compensando a estagnação do mercado europeu. O número, porém, não é explicado pela quantidade exportada, mas por conta do aumento dos preços dos produtos.


Marcelo Moreira, especialista em economia internacional pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), conta que, em 2011, os europeus foram obrigados a pagar 15% a mais no preço dos alimentos para garantir seu abastecimento. Isso fez com que o país expandisse as exportações para a Europa em 20%, passando de 26,7 bilhões de euros em 2010, para 32,1 bilhões de euros nos dez primeiros meses de 2011. \"Se há um aumento no preço, quem depende dos produtos é obrigado a pagar, não tem jeito. Neste caso, o Brasil acaba saindo favorecido por ser um grande exportador de commodities\", afirma.


Tendência de aumento

Osmar Visibelli, autor de conteúdo de finanças para a Universidade Anhembi Morumbi, diz que existe, há quase 15 anos, um crescimento da demanda asiática por commodities, o que fez com que os produtos atingissem valores históricos. E, para ele, a previsão é de que o preço não pare de subir. \"A China tem apresentado crescimento. Assim, as commodities deverão ter um novo patamar de preços a longo prazo. Esta é uma tendência que chegou para ficar\", alerta.


Adriano Gomes, professor de finanças da ESPM, concorda. Ele diz que o mundo não se resume à Europa e acredita que o crescimento asiático - considerando que, em novembro, o PIB chinês teve uma alta na casa dos 10% - aliado a outros fatores devem ser observados. \"Há também a apresentação dos primeiros sinais de recuperação dos Estados Unidos, com um menor nível de desemprego, e eventuais quebras de safra no Brasil e nos EUA que, independentemente de qualquer crise, têm grande influência no preço das commodities\", observa.


Expectativas para 2012

De novembro de 2011 a janeiro de 2012, o Brasil foi castigado pelas chuvas e pela seca. Os fatores climáticos fizeram com que houvesse uma quebra de safra calculada entre 20% e 25% da produção. Para Visibelli, essa quebra não favorece a economia brasileira, mas o consequente aumento de preço acaba compensando as perdas de produção.


Entretanto, apesar da menor quantidade de mercadorias ofertadas, Moreira diz que a tendência de aumento de preços deve ser mantida até meados de 2012, mas que o Brasil ainda deve sofrer com uma possível queda já alertada pela Organização Mundial do Comércio (OMC).


Esta previsão, porém, na opinião de Gomes, não deve gerar grandes preocupações. Segundo ele, a commodity migra de acordo com a demanda e nunca deixará de haver compradores. Para o professor, o país deve concentrar-se em outras questões de cunho relevante, como a venda de produtos com valor agregado, o que melhoraria a produção local, geraria mais empregos e influenciaria no preço dos produtos exportados. \"Isso sim afetaria a economia. Mas, em relação às commodities, não há com que se preocupar\", garante.



Fonte: http://operacoescambiais.terra.com.br/noticias/operacoes-empresariais-2/preco-de-commodities-beneficia-exportacoes-398

 
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