As exportações brasileiras devem ultrapassar a meta de US$ 195 bilhões estabelecida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) para 2010. A previsão foi feita pelo diretor do Departamento de Planejamento e Desenvolvimento de Comércio Exterior da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do MDIC, Roberto Dantas, em entrevista coletiva, nesta quarta-feira (1º/12), para apresentar os dados da balança comercial de novembro.
"Estamos recuperando mercado e acreditamos que esta meta de US$ 195 bilhões seja superada. Estamos com expectativa de US$ 198 bilhões, que seria o resultado das exportações na pré-crise", explicou Roberto Dantas.
O recorde das exportações brasileiras foi alcançado em 2008, com US$ 197,942 bilhões. No acumulado dos últimos doze meses, os embarques brasileiros já somaram US$ 195,460 bilhões e o saldo da balança comercial registrou superávit de US$ 17,103 bilhões. A média diária das exportações do mês (US$ 884,4 milhões) alcançou ainda recorde para novembro e, para as importações, a média do mês (US$ 868,8 milhões) foi recorde histórico.
Exportações
No mês, as vendas ao mercado externo de produtos básicos foram de US$ 7,433 bilhões e as de semimanufaturados de US$ 2,971 bilhões, recordes para meses de novembro. Os manufaturados somaram US$ 6,983 bilhões. Sobre igual período do ano anterior, as três categorias de produtos registraram crescimento: manufaturados (18,4%), básicos (69,2%) e semimanufaturados (45,5%).
Entre os produtos básicos, o principal item exportado, na categoria e na pauta, foi minério de ferro (US$ 2,7 bilhões). Cresceram também as exportações de minério de cobre (US$ 145 milhões), milho em grãos (US$ 401 milhões), soja em grão (US$ 139 milhões), café em grão (US$ 588 milhões), carne de frango (US$ 518 milhões), farelo de soja (US$ 417 milhões) e petróleo em bruto (US$ 1,3 bilhão).
Nos semimanufaturados, o aumento ocorreu por conta de óleo de soja em bruto (US$ 120 milhões), semimanufaturados de ferro e aço (US$ 302 milhões), açúcar em bruto (US$ 1,2 bilhão), ferro fundido (US$ 76 milhões), ouro em forma semimanufaturada (US$ 197 milhões), ferro-ligas (US$ 200 milhões), celulose (US$ 401 milhões) e couros e peles (US$ 137 milhões).
No grupo dos manufaturados, houve destaque para as vendas de máquinas e aparelhos para terraplanagem (US$ 131 milhões), aviões (US$ 410 milhões), veículos de carga (US$ 160 milhões), motores de veículos e suas partes (US$ 240 milhões), tratores (US$ 119 milhões), laminados planos de ferro e aço (US$ 207 milhões), autopeças (US$ 313 milhões), automóveis de passageiros (US$ 393 milhões), polímeros plásticos (US$ 139 milhões) e óxidos e hidróxidos de alumínio (US$ 155 milhões).
Os cinco principais compradores do mercado brasileiro, em novembro, foram China (US$ 2,281 bilhões), Argentina (US$ 1,769 bilhão), Estados Unidos (US$ 1,545 bilhão), Países Baixos (US$ 915 milhões) e Japão (US$ 699 milhões).
Importações
Nas importações, novembro registrou aumento em todas as categorias de produtos combustíveis e lubrificantes (70,6%), bens de consumo (41,1%), matérias-primas e intermediários (40,8%) e bens de capital (39,8%).
No grupo dos combustíveis e lubrificantes, o crescimento ocorreu principalmente pelo aumento de preço e quantidade de óleo diesel, carvão e gás. No segmento de matérias-primas e intermediários, aumentaram as aquisições de produtos minerais, matérias-primas para agricultura, produtos agropecuários não-alimentícios, acessórios de equipamentos de transporte, químicos e farmacêuticos, produtos alimentícios primários e partes e peças de produtos intermediários.
No segmento bens de consumo, os principais crescimentos foram observados nas importações de móveis, máquinas e aparelhos para uso doméstico, vestuário, produtos de toucador, automóveis, objetos de adorno e produtos alimentícios.
Com relação aos bens de capital, os itens que mais cresceram foram equipamento móvel de transporte, acessórios de maquinaria industrial, partes e peças para bens de capital para indústria, maquinaria industrial e máquinas e aparelhos para escritório e científico.
Os cinco principais fornecedores para o Brasil, em novembro, foram China (US$ 2,645 bilhões), Estados Unidos (US$ 2,578 bilhões), Argentina (US$ 1,318 bilhão), Alemanha (US$ 1,209 bilhão) e Japão (US$ 767 milhões).
Fonte: http://www.mdic.gov.br//sitio/interna/noticia.php?area=5¬icia=10273