Após o governo anunciar medidas na tentativa de conter a valorização excessiva do real, as instituições financeiras preveem que o dólar subirá ante o real, segundo previsão divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central (BC). De acordo com o boletim Focus, o mercado espera que a moeda americana feche 2012 valendo R$ 1,76, ante R$ 1,74 na última previsão. Para o ano que vem, a média passou de R$ 1,75 para R$ 1,76.
Ao longo das últimas semanas, o governo aumentou a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para empréstimos feitos por bancos e empresas no curto prazo - até cinco anos. A medida visa evitar a entrada de excesso de moeda estrangeira, que valoriza o real.
Mesmo com a melhora do câmbio, o mercado prevê queda na produção industrial deste ano. A projeção passou de 2,27% para 2,03% em 2012. As medidas para encarecer a tomada de crédito de curto prazo servem, fundamentalmente, para proteger a indústria brasileira, a principal afetada com a valorização do real. Com o dólar mais barato, os produtos nacionais perdem atratividade no mercado internacional.
As instituições financeiras pesquisadas pelo BC também acreditam na queda da taxa básica de juros, a Selic. A expectativa é de 9,28% em 2012, uma queda de 0,1 ponto percentual em relação à previsão anterior. O mercado também é otimista em relação à dívida pública, que deve cair em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, a soma de todas as riquezas produzidas no País. Para este ano, a previsão para essa relação passou de 36,2% para 36,14%.
O mercado espera, ainda, uma pequena alta na balança comercial brasileira, de US$ 19 bilhões para US$ 19,1 bilhões. Este é o saldo previsto para o ano das exportações menos importações. O mercado manteve as previsões para o crescimento do PIB (3,3% em 2012 e 4,2% em 2013) e investimento estrangeiro direto (US$ 55 bilhões neste ano e US$ 58,35 bilhões no ano que vem).


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