O Ministério Público conseguiu uma liminar para garantir o funcionamento do Porto de Santos, no litoral de São Paulo. O trabalho está em ritmo lento por causa do impasse entre trabalhadores e o Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO), que já implantou a escala com intervalo de onze horas entre as jornadas. A liminar saiu no início da noite desta quarta-feira (30) e começou a valer na manhã desta quinta-feira (31).
De acordo com o subprocurador geral do trabalho, Ronaldo Fleury, os sindicatos terão que garantir um mínimo de 70% de todas as atividades portuárias, sob pena de multa de R$ 100 mil por dia. O Sindicato dos Operadores Portuários de São Paulo (Sopesp) pediu policiamento para garantir a entrada e a saída de pessoas e mercadoria dos terminais.
A resposta do tribunal veio depois de um dia tenso e cheio de negociações. Os diretores dos sindicatos se revezavam entre o telefone e as reuniões para não cumprir o termo ajustado entre o MP e o OGMO. O Tribunal Regional do Trabalho não aceitou o pedido para que as dobras de turnos voltassem a valer.
Além de discutir a obrigatoriedade das onze horas de descanso entre as jornadas, os trabalhadores também não aceitam o novo sistema de escalação, onde tudo é feito pelo computador de forma aleatória.
A situação no Porto está complicada. Com apenas 20% dos trabalhadores nas operações, 16 navios ficaram parados no cais, de um total de 33, durante a quarta-feira (29). Outros 45 navios aguardam na barra para atracar.
Segundo o diretor do Sindicato dos Operadores, José Martins, a paralisação dos trabalhadores traz diversos prejuízos ao Porto. \"Estadia de caminhão, infraestrutura terrestre, aquaviário da Codesp, enfim uma série de despesas envolvidas na cadeia logísitica que aumentam e muito os custos\".
http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2012/05/mp-consegue-liminar-para-garantir-funcionamento-do-porto-de-santos.html