Com sucessivas quedas nas vendas e fechando os últimos anos com resultados negativos, os produtores de frutas finalmente têm motivos para comemorar: o dólar em alta e as boas condições climáticas aquecem o mercado e indicam crescimento do faturamento e do volume de exportação.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), no primeiro semestre de 2012, o Brasil exportou 271,2 mil toneladas de frutas frescas - crescimento de 8,6% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 249,6 mil toneladas saíram daqui para a mesa de consumidores estrangeiros. O panorama indica alta também no faturamento. Na comparação, as vendas arrecadaram US$ 206,3 milhões, 5,6% a mais do que no primeiro semestre de 2011.
Segundo o gerente técnico do Ibraf, Cloves Ribeiro, o clima vem contando pontos a favor da produção de frutas. \"Nos anos anteriores, tivemos muitos problemas com maçã, melão, uva. Para esse ano, a previsão é boa. Temos a seca no nordeste, mas são áreas irrigadas, então não há prejuízos na produção\", diz. A valorização da moeda americana também favorece o setor. \"Se o dólar continuar acima de R$ 2, podemos ter melhor rentabilidade. Acima de R$ 1,80 já não temos prejuízo\", explica.
Crise na Europa preocupa os produtores
Com clima e o dólar a favor da produção e da exportação, a preocupação se volta à Europa: em crise, o principal comprador das frutas brasileiras vem diminuindo os pedidos. \"A situação nos afeta diretamente, porque o mercado europeu representa 80% das frutas exportadas. Ele é o nosso maior comprador, e a demanda caiu consideravelmente\", afirma. Para driblar os efeitos da recessão econômica, os brasileiros têm buscado mercados alternativos. Entre os novos destinos da produção, estão os países árabes, a África e o leste europeu. \"Buscamos países que continuam crescendo, como a Polônia\", aponta.
O incentivo da Ibraf se estende a campanhas de consumo e rodadas de negócios, colocando exportadores e importadores frente a frente. \"O segredo da crise é não sair do mercado. As pessoas têm hábitos alimentares e vão continuar comprando frutas. Podem comprar menos, mas não vão deixar de consumir. Nós apostamos nisso\", reforça. De acordo com o gerente técnico do Ibraf, os produtores devem fechar o ano com melhores notícias. \"As expectativas são boas. Foram quatro anos de perda, nós ainda estamos no prejuízo, mas com o dólar acima de R$ 2 e as boas condições climáticas, a rentabilidade deve aumentar\", prevê.
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