Autor: Ernesto Lozardo
O Estado de São Paulo - 01/09/2010
Apesar de o efeito recessivo da crise financeira americana estar presente, há no mercado internacional uma nova e agitada dança de moedas. Em meio à possibilidade de se ter uma depressão econômica global, no período entre 2007 e 2010, o mercado mundial de divisas cresceu 20%.
Nos contratos de câmbio a moeda americana vem perdendo espaço para outras moedas como o iene e o euro. No início da década, a moeda única europeia representou 10% das reservas bancárias mundiais, hoje está em cerca de 30%. O dólar que já atingiu 80% dessas reservas recuou para 65% do total. No mercado internacional de câmbio, o volume de transações de moedas de países desenvolvidos vem perdendo terreno para as divisas de países emergentes.
Em 2004, o volume negociações diárias entre dólar e real foi de US$ 3 bilhões. Neste ano, a média diária ultrapassou US$ 25 bilhões. Essas operações são realizadas no mercado de derivativos da BM&FBovespa.
O movimento dessa negociação diária entre dólar e real tende a crescer e isso provocará maior valorização da moeda nacional. Essa preferência não consiste somente em motivações especulativas, mas se prende às oportunidades que o País apresenta para os investidores estrangeiros institucionais.
O sistema financeiro nacional mostrou-se sólido e eficaz durante os abalos financeiros internacionais. Surge, também, a necessidade de capitalização da Petrobrás. Em um ano eleitoral, essa avaliação sobre o comportamento da moeda nacional endossa a crença dos investidores nacionais e estrangeiros de que não haverá mudança na estrutura da política de governança econômica do País.
Fonte: http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/1/o-real-em-destaque-internacional